Título: F.T Island Full House
Gênero: Comédia, POV's, Romance(yaoi?)
Sinopse: Os membros do FTI mudam-se para a tão esperada casa própria(cruzes, o que é isso?) onde moram apenas os 5.A convivência, agora ainda mais constante, pode gerar de tudo: alegria, tristeza, confusões e muitas dúvidas para a mente(e para o coração) de nossos cinco tesouros paradisíacos...Ou seriam seis?

Prólogo.

MinHwan's P.O.V

Ok, eu estava realmente nervoso.Muito, muito nervoso.Quero dizer, não é como se fosse a primeira vez que eu saio de casa e vou morar com meus hyungs mas...eu estava realmente nervoso.Digo, morávamos sempre em apartamentos meio apertados e mal conseguiamos falar direito, não fossem alguns minutos ensaiando, nos camarins, ou nos momentos que antecediam o começo de algum live.

Mas agora que estávamos nos mudando definitivamente para uma casa que, essa sim, podemos chamar de nossa, eu me sentia de novo no meu primeiro dia de audiência.O mesmo nervosismo, a mesma sensação do meu estômago embrulhando e, tenho certeza, eu estava tremendo muito e fazendo uma cara não muito agradável, porque SeungHyun, que apesar de termos a mesma idade, eu o chamava de hyung, me olhou meio apreensivo.

-MinHwan-ssi, você está se sentindo bem?Parece tão pálido e...você está tremendo muito.

Ok, então eu estava definitivamente demonstrando meu nervosismo.Murmurei algo sobre estar enjoado da viagem de carro que, apesar de ser por ruas conhecidas(e algumas não), continuava dentro de uma área relativamente conhecida por mim.Uma desculpa muito, muito esfarrapada, mas que ele pareceu engolir, pois apenas soltou um "Ah..." e voltou seu rosto para frente, olhando a paisagem pelo vidro da frente do carro.

-Hyungs, falta muito pra chegarmos?

Eu subitamente perguntei, tentando disfarçar meu nervosismo.JongHun hyung disse distraidamente que já estávamos quase lá e, olhando pelo retrovisor para minha aparência um tanto ruim, me perguntou se eu queria alguma coisa.Gemi um não baixinho enquanto sentia minhas bochechas ficarem levemente vermelhas e desviei o olhar.JongHun hyung era realmente bom e atencioso comigo e acho que não deveria preocupá-lo com um simples nervosismo infantil.

Olhei pela janela e percebi que estávamos entrando em um condomínio fechado.Uhh, devemos ter vendido realmente bem para poder comprar uma casa dentro de um condomínio como este.Mas, sinceramente, isso só aumentava meu nervosismo.

Passamos por umas ruelas dentro do condomínio e o nosso carro parou exatamente de frente para uma casa de um tom pastel de marrom.Desci do carro meio cambaleante e fui para a mala do carro para ajudar a retirar nossa bagagem.Todos estavam mergulhados em um silênio tão mórbido que eu me senti ainda mais intimidado.Com a ajuda de JaeJin hyung, retiramos a mala relativamente pesada do HongKi hyung que se desculpou depois pelo trabalho.JaeJin apenas deu de ombros e eu esbocei um sorrisinho nervoso.

Peguei minha mala e olhei silenciosamente para a nossa vizinhança, um tanto calma.O céu crepuscular da tarde junto com uma leve brisa gelada me fizeram estremecer até a espinha, por isso meus hyungs não tardaram a entrar em casa, chamando-me para que eu não me demorasse do lado de fora ou poderia pegar um resfriado.

Puxei minha mala junto à mim e arrastei-a até a porta, dando uma última olhada para trás, não esperando ver nada, claro.Por algum motivo meu nervosismo quanto à nossa nova casa só aumentou.Engolindo saliva, dispersei esses pensamentos e adentrei na sala, sequer imaginando o que viria a acontecer conosco em nossa nova casa.

The End.

Moonlight Illusion - The Moon's Just Watching Us

Capítulo 3 parte 2

Chinen Yuuri's POV.

Logo quando eu estava quase pegando no sono novamente, o inspetor bateu na porta da nossa cabana e disse para nos arrumarmos que em alguns minutos estaríamos saindo para a cidade para uma "aula ao ar livre e puro da cidade".Sei, conta outra, velhote safado.

Não tive muito opção e optei por levantar de uma vez sob a ameaça de que "a última pessoa a se juntar à turma terá que lavar as roupas de cama de todas as cabanas".E eu sinceramente não queria ter de lavar a roupa do Irie.Ouvi o Matsumoto resmungando algo sobre não querer ficar na mesma cabana do Irie porque ele baba até dormindo.Ou até mais quando dorme.

Troquei de roupa e logo estava junto ao aglomerado de colegas meu que, mesmo naquela hora da manhã, já estavam tagarelando como se suas vidas dependessem de falar até que a saliva faltasse.E acho que o que não falta a eles, principalmente ao Irie, é saliva.

Me resumi a ficar em silêncio e ir para perto de uma das tantas árvores que tinham naquele bosque ou floresta, não faz diferença.Sentei um pouco sob o que eu achava que era um pé de sakura e suspirei.Ainda faltavam alguns minutos até os meus últimos colegas se juntarem ao grupo e nós finalmente termos de ir praquela cidadezinha.E eu precisava descansar um pouco pois estava psicologicamente cansado depois daqueles sonhos da noite passada.

O céu estava ligeiramente nublado, as nuvens escondendo os primeiros raios de sol, poupando-me de ter que aguentar aquela claridade.Ouvi o farfalhar das folhas daquela árvore de sakura causadas por uma leve brisa.Olhei pra cima, na esperança de ver algumas flores de sakura mas aí lembrei que estávamos no outono.Ri sozinho de mim mesmo, olhando bobamente para as folhas acima de mim.

-Yuuri...

Me assustei e quase saltei ao ouvir meu nome ser chamado repentinamente.Olhei para um lado e para o outro, porém não havia mais ninguém por ali, a não ser o grupo de colegas que parecia estar completo, pois estavam quase partindo sem mim.Ouvi gritos repreensivos dos inspetores, dos professores e da representante, alertando-me que acabaria ficando para trás.

Me apressei para levantar e comecei a correr para alcançá-los, com medo de que aquele pequeno atraso me gerasse algum problema futuro quanto à limpeza de certas roupas de cama.

Já estava quase na metade do caminho em direção a eles quando percebi que havia esquecido minha mochila debaixo da árvore.Me apressei e corri o mais rápido que pude para apanhar minha mochila esquecida e, tenho certeza, ouvi meu nome sendo chamado novamente quando estava novamente debaixo do pé de Sakura.Aquela voz foi abafada por mais gritos repreensivos por parte dos professores e eu me apressei ainda mais para alcançar o grupo, já bastante longe de mim.

Olhei para trás, para o pé de Sakura uma última vez e por um instante, pensei ter visto Ryosuke sorrindo para mim, seus lábios movimentando-se e, se minha leitura labial não falha, pronunciando duas únicas palavra:

"Konai yo?"

~

O passeio pela cidade não foi nada compensador.Mal chegamos lá e os professores e inspetores não conseguiram conter meus colegas, que fizeram o que bem entenderam e se dispersaram como peixes vendo um anzol.Os únicos que não moveram um pé para irem fazer algo mais divertido foram eu e a Incho-san, mas eu sinceramente não esperava outra coisa.

Eu estava olhando para qualquer coisa no horizonte, não prestando realmente atenção em nada, ouvindo apenas a voz irritante da Incho-san reprimindo para si mesma os "colegas meus, irresponsáveis demais para tal idade!".Confesso que ela tagarelou algo mais mas eu realmente não liguei para seu monólogo chato.

Olhei para os lados e vi uns inspetores e professores discutindo o que fariam para tentar reunir os estudantes enquanto que outros ficavam aos flertes, aproveitando que não havia muita gente por ali.Suspirando, eu olhei mais ao redor e vi um banco perto de uma lojinha de conveniência e, cansado de ficar em pé, dirigi-me para lá e sentei, largando a mochila ao meu lado.

Não percebi o exato momento em que professores e inspetores passaram na minha frente(prontos para reunir o grupo de alunos), perdido em pensamentos.Será que aquele era mesmo o Ryosuke?Mas e se fosse?Por quê ele perguntaria aquilo?Apoiei meu rosto em uma das mãos e fechei os olhos, tentando pensar com mais clareza e me veio uma lembrança do sonho da noite passada.

"Não importa, não importa quanto tempo...quanto tempo passe!Eu te juro...que eu vou voltar!"
(...)
Por favor, por favor...volte!

Será que aquela pergunta teria algo relacionado a isso?Mas...o que ele quis dizer?Como assim vir...?Voltar...?O que será que aconteceu com ele quando ele era mais novo?Quem seria esse amigo dele?E o que deve ter acontecido à ele pra não ter voltado até hoje?

Não sei exatamente quanto tempo passei pensando sobre isso, mas me pareceu que foi bastante tempo, pois quando abri meus olhos novamente, os professores e inspetores estavam aos berros reprimindo meus colegas, dizendo algo sobre não irem mais à cidade naquele dia e que ficaríamos proibidos de sequer pôr o pé para fora de nossas cabanas.

Me mexi um pouco e percebi que minha mão estava dormente e havia um rastro de baba.Céus, eu havia dormido e mal percebera?!Tentei focar minha visão levemente turva pela sonolência mas não consegui ver nada e, mal percebi, já estava de olhos fechados de novo.

Pingos d'água, fazendo som ao cair sobre o lago.Ou seriam lágrimas?
Quanto tempo mais vai passar?
Por favor...

-Chinen!!!

Por favor...

-Vamos te deixar pra trás hein!!

...volte!

A entonação que a voz usou na última palavra foi tão...estranha...que fez com que um frio percoresse minha espinha e de repente eu abrisse meus olhos, tendo que encarar uma Incho-san com rosto de brava me encarando.Ela me arrastou a força para perto dos outros, tendo certa dificuldade em me arrastar pois eu pesava mais que ela e, tenho certeza, ela não praticava arrastamento de peso toda manhã para ficar mais forte.

Senti meu corpo ficar pesado e meus olhos falharem em uma piscada.Mas algo me ocorreu.E uma vontade tomou conta do meu corpo, fazendo com que ficasse mais leve e eu pudesse sair correndo, deixando uma zangada Incho-san para trás.Ainda assim, eu não me importava com ela nem com todos eles.Eu sabia o que eu deveria fazer.O que eu queria fazer.

"Konai yo?"

...

-"Ittekimasu".

Fim do Capítulo 3

Nota:Caso não saibam, konai yo? = você não vem? e Ittekimasu = estou indo.

Obs:Agora todos os capítulos serão divididos em parte 1 e parte 2.

Capítulo 3(1/2)

Chinen Yuuri's POV.

Memórias fracas.
"Ei Ryosuke, aposto que não consegue me pegar!"
Brincando juntos.
"Hahahahahaha!"
Amizade verdadeira.
"Vamos ser amigos pra sempre, tá?"
Felicidade.
"Uhum!Pra sempre, tá?"
Tragédias.
"Você não pode!Não vai me separar do meu melhor amigo!"
Mortes.
"Eu já não sei o que fazer...já não..."
Promessas.
"Não importa, não importa quanto tempo...quanto tempo demore!Eu te juro...que eu vou voltar!"
Lágrimas.
"Amigos pra sempre."
Por favor, por favor...volte!

Quando dei por mim, já era dia.Acordei de repente e quase pulei da cama, meu rosto suando frio, meu cabelo bagunçado recaindo sobre os olhos.Olhei para os lados e vi o que esperava ver.Eu estava na cabana, oras, onde mais eu estaria?Me deixei cair na cama de novo, ouvindo outra vértebra trincar e tentei voltar a dormir.Tentei, mas não consegui.

Por algum motivo, fiquei com medo de sonhar com aquilo de novo.Aquelas vozes, aquelas lembranças, aquelas lágrimas...de quem seriam?Eu tentei a todo custo, identificar as imagens, tentei reconhecer mas...nada aquilo eram minhas lembranças, não eram vozes conhecidas, não eram lágrimas minhas...Não lembro a última vez que chorei, se é que houve uma última vez.

Não lembro de nada da noite passada.Acho que um caminhão veio e capotou em cima de mim, porque minha cabeça está latejando.Eu só lembro daquela sensação estranha...sei lá, algo frio e quente ao mesmo tempo...tão morno, mas tão diferente...o que será que era?Ah, agora lembrei...Ryosuke apareceu aqui ontem e...

COMO ASSIM ELE APARECEU AQUI ONTEM?

Eu, Chinen Yuuri, em minha plena e sã consciência o vi onde não poderia haver nada, N-A-D-A.Quero dizer, um garoto estranho no meio de um acampamento escolar?Se bem que não me impressiono, pois a eficiência dos supervisores...Não querendo duvidar nem nada, claro.

Mas ainda assim, tem algo que me perturba nele...ele é tão...estranho.Diferente das outras pessoas que eu conheço.Ele parece realmente não se importar em ficar sozinho, principalmente num semi-pântano úmido e muito lamacento em uma noite de lua cheia onde só os insetos quebram o silêncio...Mas tem algo...talvez tenha algo por trás disso...

"Ei Ryosuke, aposto que não consegue me pegar!"
"Hahahahahaha!"
"Vamos ser amigos pra sempre, tá?"

Será que essas vozes...eram as memórias dele?Mas como?Ele nunca me disse nada sobre ele, a não ser seu nome...tem algo estranho, sério...E eu realmente não sei se eu deveria tentar voltar a vê-lo.

"Amigos pra sempre."

Mas talvez...

Por favor, por favor...volte!

Não sei...minha cabeça está latejando demais.Eu vou tentar voltar a dormir...e, fechando meus olhos, eu rezo baixinho para não voltar a sonhar com essas vozes.Rezando baixinho, eu espero não voltar a ver essas lembranças.Rezando baixinho, eu torço para que aquela criança nesses sonhos não seja o Ryosuke.

Porque se for...

"Não importa, não importa quanto tempo...quanto tempo demore!Eu te juro...que eu vou voltar!"

Então a realidade será muito triste.

Fim da parte 1

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Capítulo 2 - parte 2

Chinen Yuuri's POV.

Quando voltei para a cabana e o supervisor me pediu explicações de minha demora eu apenas dei uma desculpa esfarrapada e fui para minha cama dura e fedorenta que por sinal não havia amaciado nem um pouco pois quando me atirei sobre ela, tenho certeza que ouvi alguma vértebra minha trincando.

Não sei exatamente quanto tempo passei rolando na cama de um lado a outro, tentando inutilmente pegar no sono, apenas para tentar apagar aquele acontecimento de minha mente.Vamos aos fatos:

1-Eu, Chinen Yuuri, em minha plena e sã consciência, comprovei com meus próprios olhos a existência de Yamada Ryosuke
2-Eu, Chinen Yuuri, em minha plena e sã consciência, senti que havia algo estranho com Yamada Ryosuke mas não liguei.
3-Eu, Chinen Yuuri, em minha plena e sã consciência, conversei com Yamada Ryosuke.
4-Eu, Chinen Yuuri, em minha plena e sã consciência, vi Yamada Ryosuke sumir como se nunca tivesse existido.

Eu deveria estar alucinando.Odores desagradáveis de noite numa floresta úmida, o que mais poderia ser?Oh sim, aposto que se eu perguntar à Incho-san ela provavelmente dirá que eu, Chinen Yuuri, em minha plena e sã consciência, estava falando sozinho.Tenho quase certeza que a intrometida vai falar isso ao supervisor, mas eu não ligo pra ela nem pra ele.

Eu estou é me importando se sairei com a coluna tão plena e tão sã quanto a minha consciência.Mas que porcaria de cama dura meu deus.Estou pensando seriamente em sair desse quarto solitário e ir me juntar aos meus colegas em volta daquela fogueira.Ao menos eu não estaria sozinho mas...bem, deixa pra lá.

Tentando me reconfortar nesta cama, eu continuei a me retorcer na mesma, mas é claro, de nada adiantou.Eu desisto, eu vou lá pra fora.

Suspirando, eu levanto da cama e fico uns minutos sentados.E, de novo, tenho a impressão de ouvir uma de minhas vértebras trincar porque minha coluna está doendo DEMÔNIOS.Será que eles tem alguma coisa pra dor na coluna nesse acampamento?

Por minha cama ser ao lado da janela, eu olho por ela e bisbilhoto lá fora, para confirmar que meus colegas estavam ali próximos, falando sobre mais besteiras e assando uns marshmallows em volta da fogueira.Não faço ideia do porquê, mas eu acho que não me encaixo naquele lugar.

Rolando meus olhos pela paisagem que a janela me permitia ver, eu vejo vários grupinhos conversando animadamente, uns idiotas queimando os próprios marshmallows e o supervisor dando uma cantada na minha professora de ciências.Ha, safado.Continuo olhando para as outras pessoas e meu olhar recai sobre uma.

Ryosuke?

Esperaí, ele não pode estar ali.Ou será que pode?!Esfreguei meus olhos com as mãos e olhei de novo.Dessa vez, não consegui ver direito quem era, mas realmente parecia com a silhueta do Ryosuke.Tentei focar minha visão, mas nada vi.

Nada vi, a não ser aquele mesmo sorriso de antes.Um sorriso que me fez tremer até a espinha e meus lábios se entreabrirem e tremerem, talvez de medo.Percebendo que eu o olhava fixamente, ainda que meio hesitante, pude apenas ver o vulto dando passos largos e rápidos para mais perto da cabana.Desta cabana.

Caindo involuntariamente sobre a cama, me escondi sob aquele cobertor velho e com cheiro de mofo e fechei meus olhos fortemente, tanto, que sentia-os lacrimejar.Eu podia sentir que havia um olhar recaíndo sobre mim.Não sentia que iria me ferir, muito pelo contrário.Senti que queria me proteger, como se quisesse afagar minha cabeça e dizer que estava tudo bem.Mas com certeza, havia algo estranho que não me deixava confiar naquela sensação.

Embalado por esse sentimento tão estranho quanto verdadeiro, eu me senti um pouco mais tranquilo e logo senti uma sonolência invadir todo o meu corpo.

E por um momento eu tive a impressão de sentir a luz da lua me aquecendo enquanto eu dormia.

Fim do capítulo 2.

Percebi uma queda no número de comentários do capítulo 1 para a parte 1 do 2, então espero que comentem neste até atingir ao menos 7 de novo ou nada de continuação.

Moonlight Illusion - The Moon's Just Watching Us.

Capítulo 2(divido em 2 partes)

Parte 1


-Errr... -foi tudo que conseguiu emitir, trêmulo, dando um passo em falso para trás.

Deu várias piscadas, tentando se recompor.Oras, o que estava acontecendo?Por que se sentia tão nervoso na presença do outro?Era apenas um desconhecido no meio da floresta que havia sorrido misteriosamente para ele e lhe saudado de maneira peculiar, era apenas isso.

-Etto...

-Você dizia que ia lavar suas mãos...? -piscou várias vezes, fitando Yuuri com seus olhos levemente esbugalhados, um dedo apontando para o lago.

-Ah...é...eu... -balançando a cabeça, não sabendo se negando ou se assentindo, limitou-se a gesticular vários movimentos estranhos com as mãos, por fim desistindo e indo em direção ao lago, tentando não olhar para o outro.

Com passos um tanto desajeitados, Yuuri aproximou-se do lago, parando exatamente ao lado do outro rapaz.Agachou-se, ficando de joelhos e mergulhou suas mãos na superfície

-Você...é algum dos meus colegas de turma?

Perguntou aquilo como se não fosse nada demais, o que afinal era verdade.Engoliu em seco, agitando as mãos dentro da água, o barulho do borbulhar dela sendo o único som preenchendo o silêncio incômodo entre os dois rapazes.Por que estava tão nervoso?

-Talvez... -respondeu com uma alegria na voz tão incomum que por um minuto Yuuri perguntou-se se o garoto não era algum tipo de maluco ou algo do gênero.

Como se houvesse aceito aquela resposta vaga como uma resposta decente, o menino apenas começou a esfregar as mãos freneticamente uma da outra, limpando-as e olhando para elas como se fossem as coisas mais preciosas no mundo.

-Ryosuke.

-Hã? -virou-se para trás, uma expressão confusa em seu rosto, olhando o rapaz que agora ria graciosamente.

-Meu nome.Yamada Ryosuke. -explicou, simplista.

-Ah... -Yuuri balançou a cabeça positivamente e voltou a dar as costas à Ryosuke, respondendo logo em seguida, meio nervoso:- Eu me chamo Yuuri.Chinen Yuuri.

-Yuuri da ne... -Ryosuke repetiu com um ínfimo tom de nostalgia na voz, um sorriso sincero formando-se em seu rosto.- Seu nome é muito bonito.

-A-arigato. -agradeceu, meio estranhado pelo comentário, os dois mergulhando em outro silêncio cortante após esta última frase.

Ryosuke abriu a boca alguns centímetros, como se fosse falar mais alguma coisa.Seja lá o que fosse, ele não proferiu palavra alguma, resumindo-se apenas a olhar para cima e admirar a luz da lua, comentando aleatóriamente:

-A luz da lua não é linda?

-Hã?Ah...é...é sim... -concordou vagamente, levantando o rosto e olhando para a lua, algumas nuvens aproximando-se para encobrí-la.- Mas acho que esse comentário foi meio random. -soltou uma risadinha nervosa, abaixando novamente seu rosto.

-Com quem você está falando, Chinen? -uma voz feminina o chamou ao longe, conseguindo sua atenção imediata, pois o mesmo virou e olhou diretamente para a menina que estava li.

-Aah...Incho-san! -respondeu prontamente.- O que faz aqui?

-Ora, o supervisor mandou eu viz te procurar pois você havia sumido por horas para procurar lenha! -a garota respondeu, as mãos na cintura, um pé batendo nervosamente no chão meio lamacento.- Aliás, com quem você está falando?

-Faça-me o favor, né. -sussurrou para si mesmo, a ignorância da menina irritando-o.- Estou falando com o Ryo-

Parou sua frase no meio.Seus olhos haviam rolado até então da garota para Ryosuke, e foi com tamanho susto que, ao olhar para onde antes estava o outro rapaz, agora não havia nada.Nada, a não ser o velho tronco mofado em que minutos antes ele estava sentado.E não havia ninguém lá.

Perplexo e sob o olhar estranhado da menina, Yuuri virou-se lentamente de corpo inteiro e, trêmulo, aproximou sua mão do local exato do tronco onde antes Ryosuke estava sentado.Estava gélido.

-Chinen!? -a menina chamou-o outra vez, impaciente.Em questão de segundos, o menino havia levantado e saído em disparada, deixando a garota para trás.- Espere por mim! -ela pediu, apertando o passo para seguí-lo.

Suas mãos úmidas pousavam sobre o peito que teimava em não parar de bater aceleradamente, algo entalado em sua garganta não deixando-o engolir saliva direito, seus olhos fechados sendo guiados apenas pelo chão lamacento de volta à cabana, seus ouvidos surdos a qualquer ruído, a voz da menina apenas um fiapo de som ao longe.

"Eu só posso estar alucinando."

Foi o que pensou, voltando seu rosto para trás e olhando uma última vez para a luz da lua.Porém não pôde ver nada.A lua estava encoberta por nuvens negras na silenciosa e gélida primeira noite da viagem.

Fim da primeira parte do Capítulo 2.

P.S:Não notem se a qualidade deste cap estiver meio ruim.Eu realmente não estou muito pra isso hoje.Porém senti necessidade de postar, so, douzo.

Nota: Incho-san significa representante de turma.

Moonlight Illusion - The Moon's Just Watching Us.

Nome: Moonlight Ilusion - The Moon's Just Whatching Us
Gênero: Amizade, mistério, comédia, UA, OOC.
Classificação: Livre
Resumo: Chinen Yuuri é um estudante como qualquer outro que morre de tédio na escola e sente que sua vida é totalmente vazia.Um dia em uma viagem escolar, ele conhece um rapaz muito peculiar, que se identifica como Yamada Ryosuke.Os dois conversam sobre muitas coisas e rapidamente se tornam amigos.Ryosuke parece querer lhe dizer algo, mas sempre hesita em fazê-lo; porém não há muito tempo, a viagem está acabando e Yuuri tem que ir embora.

Capítulo 1

Chinen Yuuri's POV.
Ok, esta está sendo a pior viagem da minha vida.A começar pelo fato do ônibus ter empacado no meio do caminho e meus colegas estarem cantando uma porcaria de uma música infantil velha que nem mesmo eu devo ter gostado, estou sentando bem próximo ao professor responsável e pude ouvir que é bem possível que tenhamos que passar a noite ali por falta de gasolina no tanque.

Bando de mentecaptos incompetentes.Sinceramente espero que o resto desta viagem valha cada centavo maldito que eu paguei.Ah, graças a deus!Kami-sama ouviu minhas preces!Esta geringoça voltou a funcionar!

Depois de uma vaia mútua de todos os meus colegas, o ônibus voltou à estrada a 80 km por hora.Só mais 5 longas horas de viagem e finalmente chegamos ao nosso destino: uma cidade aí que eu mal ouvi o nome mas só por saber que fica em uma área tranquila do província, já me animei a ir.Só não esperava que tantos colegas(a maioria bobo-alegres e, não querendo acusar ninguém de nada, BURROS QUE SÓ SABEM FALAR E FAZER BESTEIRA) fossem ir também.
Eu com toda certeza devo ter sido alguma espécie de má pessoa na vida passada para Kami-sama ter me castigado desta forma, deixando todos os colegas com quem "simpatizo" de fora desta viagem.

Mas tudo bem, tudo bem, eu vou aguentar isso.Eu vou aguentar por cada centavo que meus pais tiraram de seus salários para pagar esta viagem, eu vou aguentar mesmo que tenha que ficar no mesmo quarto de um colega totalmente alienado ao mundo que só quer pensar em pegar umas garotas oferecidas da minha turma, eu vou aguentar.Porque eu tenho dignidade.

...

ARGH, aquele maldito e nojento do Irie que está sentado no assento de ônibus ao lado do meu está me perguntando, aos cuspes, se eu tenho bala de hortelã.Esse idiota não se manca que ele não fala, ELE COSPE NAS PESSOAS?E ainda tem um hálito de sanduíche de cebola com fígado da minha tia que nossa senhora, deus me livre comer aquilo.

Delicadamente, eu falo que não, eu NÃO tenho bala de hortelã pra melhorar aquela porcaria de hálito de monstro dele.E nojentamente, ele "agradece" lamentando "Ah, tudo bem", cuspindo gotas extremamente generosas de saliva gosmenta no meu rosto.Ah se eu pudesse meter um soco bem fundo na cara dele ou ao menos gritar na cara dele pra ele parar de ser tão nojento e se mancar de uma vez por todas que ele ESTÁ CUSPINDO HORRORES e precisa urgentemente colocar um aparelho nesses dentes amarelados...

Mas tudo bem, somos controlados, certo Yuuri?Certo!Vamos aguentar isso como bons homens que somos.

~

Querido diário que na verdade é apenas minha consciência, nada de muito interessante aconteceu desde que chegamos por aqui.Nos colocaram naquelas cabanas de acampamento no meio do mato, mas a maioria dos meus colegas foi curtir a noite conhecendo a cidade, enquanto que eu e mais uns poucos resolvemos ficar na cabana descançando da longa viagem.

Estou deitado nessa cama dura e cheia de bichos que sabe se lá o que são; a sensação que tenho é que sou um pedaço de bife numa tábua de açougueiro prestes a ter meu corpo dilaçerado e vendido aos quilos.Eu tento me virar pra todos os lados, nas mais normais e anormais posições(algumas até, eu diria, pornográficas mas não por querer) mas nada faz com que eu me sinta mais confortável.

Ah, o inspetor está vindo e acaba de dizer algo como "Logo eles estarão voltando, então levante daí e venha me ajudar a catar uns gravetos para a fogueira".Haaa, a última coisa que eu queria era ir catar gravetos pra porcaria da fogueira, mas tudo bem, TUDO BEM, eu que pedi pra vir nesta viagem então eu aguentarei.

Mas não sei por quanto tempo.

~

Eu sinceramente acho que meus colegas que foram para a cidade conhecê-la é que deveriam vir aqui nessa florestinha catar os galhos pra fazer a fogueira.Vejamos, o que será que assaremos?Marshmallows?Peixe?Feijões?Algo estranho que talvez os americanos também assem?

O que realmente importa é encher meu estômago que não pára de roncar, se bem que ele pode estar se revirando é por causa desses gravetos que está uma coisa inacreditável de se achar.

End of Chinen Yuuri's POV

Vestia uma roupa folgada, de uma cor tão fria quanto o clima aquela noite, naquela floresta.Por deus, onde diabos estavam os gravetos que o inspetor pedia?Já estava ficando cansado de tanto procurar em vão e sujar suas mãos com a lama recém-molhada que às vezes tocava na tentativa inútil de ver se havia algum galho no chão, sempre constatando que nada havia além de uma poça de lama ou seja lá o que aquilo fosse.

Continuou andando em meio à floresta, distanciando-se da cabana e adentrando ainda mais na floresta, as copas das árvores altas deixando apenas pouca iluminação que vinha da lua banhar o caminho que estava trilhando.

Depois de vários minutos procurando em vão e conseguindo tocar em algo que lhe parecia estrume de algum animal pequeno, estava pensando em correr de volta à cabana e dar uma desculpa esfarrapada sobre o fato de não haver pego nenhum graveto, quando viu uma clareira não muito longe.Com passos rápidos, feliz por ver logo a frente um enorme lago onde poderia lavar suas mãos, chegou à clareira e por um minuto, parou para contemplá-la.

Naquela noite fazia uma lua tão cheia, o céu limpo onde cintilavam várias estrelas como pequenos pedaços de diamantes eram refletidos na superfície límpida do lago, que por causa da escuridão havia ganho uma tonalidade azul escura onde não se podia ver nada do que havia dentro, apenas a lua refletida, intacta, no centro da água, o silêncio da floresta sendo quebrado apenas pelo som de um coelho entre os arbustos.

Por um minuto, o garoto se sentiu entrando em transe, hipnotizado pela beleza do luar, quando lembrou-se de seu objetivo inicial:lavar suas mãos sujas.Foi abaixando seu olhar lentamente da lua para o lago e ao olhar para a margem do lago que ficava à sua frente, viu um vulto.Um vulto não, uma pessoa de verdade, pois ouviu dela, um profundo suspiro que, Yuuri teve a impressão, que fez estremecer, como uma brisa fria que lhe atravessava os ossos.

A pessoa estava de costas, vestia roupas meio amarrotadas, mas que pareciam ser de um adolescente."Um dos meus colegas", o menino supôs, ao perceber que o cabelo da pessoa era de um tom médio de castanho."Mas o que um deles estaria fazendo aqui?Deveriam estar na cidade, não?" foi o que pensou, dando um passo para trás, pisando numa folha seca e fazendo um som que a pessoa pareceu ouvir, pois ela virou-se um pouco de lado e olhou para trás.

-Ah, desculpe eu-! -Yuuri começou, balançando as mãos sobre o peito, um pouco da lama sendo espalhada ainda mais por suas mãos, o rosto meio corado por poder estar interrompendo algo- Eu só...só queria dar uma olhada na lua e...lavar...lavar minhas mãos no lago!

Ouviu cada palavra atentamente, esboçando um ínfimo sorriso e virando completamente o corpo e o rosto, encarando Yuuri com um sorriso misterioso mas ao mesmo tempo morno, como se o dirigisse a um velho amigo.O rosto que o menino vira, porém não lhe era familiar.Um garoto de feições delicadas e bochechas salientes, era atraente, tinha que admitir, mas algo nele o deixava, diria...intrigado?

Afinando um sorriso, o rapaz que estava sentando sobre o velho e mofado tronco de madeira a beira do lago, apenas sussurrou:

-Olá.

The End.

Mínimo de 4 comentários para o próximo capítulo 8D~

Nome: Moonlight Ilusion - The Moon's Just Whatching Us

Gênero: Amizade, mistério, comédia, UA, OOC.

Classificação: Livre

Resumo: Chinen Yuuri é um estudante como qualquer outro que morre de tédio na escola e sente que sua vida é totalmente vazia.Um dia em uma viagem escolar, ele conhece um rapaz muito peculiar, que se identifica como Yamada Ryosuke.Os dois conversam sobre muitas coisas e rapidamente se tornam amigos.Ryosuke parece querer lhe dizer algo, mas sempre hesita em fazê-lo; porém não há muito tempo, a viagem está acabando e Yuuri tem que ir embora.

Moonlight Illusion Prologue.

Chinen Yuuri's POV.

Olá, eu sou Chinen Yuuri, tenho 15 anos e minha vida é particularmente monótona.Não há nada de especial nela, nem em mim.Este é um dos muitos dias em que me sinto com uma enorme vontade de cair na cama e nunca mais levantar.

Mas hoje eu me sinto particularmente um pouco mais feliz do que costumo estar, pois hoje estamos saindo para uma viagem escolar.Uma viagem e tanto, porque estamos indo para um lugar aí que eu não sei o nome direito, mas que fica no meio do mato.Acho que lá é mais tranquilo do que essa cidade barulhenta.

E como tenho certeza que os professores não vão conseguir controlar os alunos na hora que eles vão se dispersar, eu vou entrar no meio da multidão e ir prum lugar mais tranquilo ficar sozinho bem longe de tudo isso.

The end of the Prologue.

Mínimo de 3 reviews(comentários) para a postagem do capítulo 1 :D~ comentem, onegaishimasu!